Olímpiadas, Marketing da Indignação e Paranoia Anti-Woke
Por Leitor Subversivo
Inscreva-se
Recém encerradas as olimpíadas, deveriam ter inúmeros artigos mostrando como os programas de televisão como BBB tem derivações comparáveis a mega eventos tais quais as próprias olimpíadas, dentre outros produtos da indústria cultural, assim como próprio o cinema, a música pop e afins, que se alavancam através da economia da atenção e através do marketing da indignação .
Atleta cis confundida com uma pessoa trans, o racismo recreativo e adesão simultânea de influencers pra incentivar as pessoas a votar num cara só por ele ser negro, o escândalo que levanta o protesto conservador sobre arte, da esquerda a direita por conta de uma representação de um quadro (banquete dos deuses/santa ceia) disparando uma paranoia anti-homossexual com o discurso reacionario anti Woke, a disputa sobre quem mereceria o lugar como primeira drag nas paradas da música pop, (se um homem gay brasileiro nordestino, ou uma cantora lésbica estadunidense) e qualquer filme ou série que passa a ser alvo por conta de “representatividade”.
Reflexão sobre a necessidade de superação da arte para a sua realização, para que ela possa ser subtraída do mundo da mercadoria é uma reflexão inexistente pra quem ainda acredita na mercadoria como um valor inestimável, capitalismo como religião em quem se considera crítico de uma sociedade da qual na real aderiu aos seus aspectos mais conservadores na devoção a mercadoria, posta no altar, e o próprio espírito olímpico é apenas mais uma mercadoria (como todo espírito esportivo), e nesse sentido as minorias são tornadas commodities dentro de commodities, ( tautologizadas)quando a mega marca olímpica resolve representa-las para agregar valor, para se alimentar a discussão sem fim nas redes sociais, é certo que os surtados anti-woke de direita e de esquerda são ambos fascistas, (mesmo que sejam pessoas normais sem má intenções e até com algum embasamento crítico) todos sem movem tendo nesses fenômenos culturais de mídia, o catalisador de suas reações, sempre sendo promotores da intolerância e usando das minorias para defender produtos nas prateleiras de uma corrupção de valores que lhes são caros.
Sempre os valores da “verdade verdadeira”, da tradição, da beleza clássica, do mundo cristão em declínio, enfim de toda paranoia que faz alguém surtar pois viu um Ready-made ou objet trouvé, uma representação kitsch de arte europeia ou uma pessoa de cor dentro de uma obra que já foi adaptada de mil formas diferentes.