Filosofia para Psicólogos Os arquétipos em Jung.

Gap Filosófico [Decodex)
4 min readAug 9, 2021

Segundo Jung somos o resultado de várias influências culturais ( mas não só)e tomar consciência delas seria uma maneira mais adequada de lidar com nossos conflitos internos e dar condições para que as nossas potencialidades se manifestem.

Para compreender isto a partir da Psicologia Analítica de Jung, precisamos principalmente entender o que diz respeito aos arquétipos que se manifestam em nós e nos vinculam ao chamado inconsciente coletivo que sem percebermos, influenciam alguns acontecimentos em nossas vidas.

arquétipo” tem sua raiz na Grécia antiga:

archein = original ou velho

typos = padrão, modelo ou tipo

sentido das palavras juntas= padrão original

Neste sentido poderíamos entender o Arquétipo como o padrão original que abarca o que existe em comum nas pessoas, objetos ou conceitos, que pode ser copiado, moldado, padronizado ou estimulado em consequência seguido e vivido.

O arquétipo segundo Carl Gustav Jung

O conceito de arquétipos surgiu em 1919 em Jung.

Carl Gustav Jung conclui que os fenômenos que nossos antepassados viveram, a um nível coletivo e em diferentes épocas, culturas e sociedades, modelam a nossa maneira de ser.

Jung compreendeu que os arquétipos são conjuntos de imagens primordiais, provenientes de uma sucessão de repetições progressivas de uma mesma experiência durante muitas gerações que ficaram armazenadas no inconsciente coletivo. ( o que em Freud e Lacan entenderíamos como compulsão a repetição) Com a diferença de que em Jung ele trabalha com a perspectiva da expansão do simbólico e em Lacan essa noção trabalha em uma direção contrária, de redução do campo do simbólico.

Freud modificou seu ponto de vista fundamental aqui indicado em trabalhos posteriores: a psique instintiva foi por ele designada como “id” e o “superego” cor- responde ao consciente coletivo, em parte consciente e em parte inconsciente (reprimido) pelo indivíduo.

De acordo com Jung, os arquétipos podem ser míticos personagens universais que residem no inconsciente coletivo das pessoas.

Os arquétipos representam as motivações humanas que vão traçando nossas experiências e desencadeando emoções profundas e que se somam de geração em geração.

[2]. De opificio mundi, Index, ver verbete. [3]. Adversus omnes haereses, 2, 6 [p. 126]. [4]. [SCOTT, Hermetica I, p. 140; a luz arquetípica.]

O Inconsciente coletivo

O inconsciente coletivo seria formado por um conjunto de aspectos individuais e coletivos que ficariam armazenados em uma parte secreta da nossa mente, que influi em nossa percepção e interpretação dos acontecimentos e em nossas vivências.

Os arquétipos são expressões da influência de experiências e memórias de nossos antepassados, portanto nós não nos os desenvolvemos isoladamente, fazem parte e interferem em nossa formação o que vem da sociedade, do contexto cultural e histórico,( em alguns momentos Jung chega a mencionar heranças biológicas também mas isso não é predominante em sua teoria) nos influenciando intimamente, gerando em nós padrões de pensamento, modelos sociais e interpretações da realidade.

No âmbito individual, o inconsciente seria representado por padrões emocionais e comportamentais, representado pelos arquétipos, que influem em nossa forma de sentir, perceber, interpretar, pensar, agir e direcionar nossa vida, passando a ser em certo modo o sentido de nossa existência.

Para sermos exatos devemos distinguir entre “arquétipo” e “ideias arque- típicas”.

Para sermos exatos devemos distinguir entre “arquétipo” e “ideias arque- típicas”. O arquétipo representa um modelo hipotético abstrato, como o pattern ofbehavior conhecido na biologia. Cf. a respeito [JUNG], Theoretische Überlegungen zum Wesen des Psychischen.

Os arquétipos se originam da expressão do inconsciente coletivo em nós, modelando nossa existência, se tornando um padrão de comportamento, caracterizando nosso modo de vida e nossos modos ser. Os arquétipos representam padrões de imagens e símbolos que aparecem de forma recorrente de diferentes formas em todas as culturas e que passam de geração em geração. Um arquétipo retrata a manifestação do inconsciente coletivo em nós.

O inconsciente coletivo é uma parte da psique que pode distinguir-se de um inconsciente pessoal pelo fato de que não deve sua existência à experiência pessoal, não sendo, portanto, uma aquisição pessoal. Enquanto o inconsciente pessoal é constituído essencialmente de conteúdos que já foram conscientes e, no entanto desapareceram da consciência por terem sido esquecidos ou reprimidos, os conteúdos do inconsciente coletivo nunca estiveram na consciência e, portanto não foram adquiridos individualmente, mas devem sua existência apenas à here- ditariedade. Enquanto o inconsciente pessoal consiste em sua maior parte de complexos, o conteúdo do inconsciente coletivo é constituído essencialmente de arquétipos.

  • Os arquétipos e o inconsciente coletivo/ Jung

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